A Intel avançou no desenvolvimento de uma tecnologia que permite recarregar aparelhos eletrônicos sem o uso de fios. Seria possível utilizar uma potência de 60 watts a praticamente um metro de distância, com eficiência de 75%.
“A tecnologia poderia ser incluída em mesas ou superfícies de trabalho”, afirmou Justin Rattner, chefe de tecnologia da empresa, ao jornal “The New York Times”. A idéia é que a tecnologia permita carregar inclusive laptops sem o uso de fios.
A Intel está trabalhando com um sistema desenvolvido por pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), sob orientação de Marin Soljacic. O grupo conseguiu transmitir eletricidade sem fios, abrindo a possibilidade de, em alguns anos, ser possível recarregar celulares ou computadores portáteis sem precisar conectá-los a uma tomada.
O próprio uso de baterias químicas poderá ser dispensado, diminuindo o dano ambiental que elas produzem ao serem jogadas fora.
A idéia por trás do truque é a utilização de dois objetos a uma certa distância um do outro, capazes de trocar a energia com eficiência entre si sem interagir com o ambiente.
O método foi o uso da ressonância magnética, a mesma tecnologia consagrada em aparelhos de diagnóstico médico. Dois objetos que têm a mesma ressonância vibram na mesma freqüência e trocam energia.
Estímulo
O experimento foi feito explorando propriedades magnéticas de duas bobinas de cobre. "Cada bobina age como um objeto com uma ressonância a uma freqüência determinada", no ano passado o brasileiro André Kurs, primeiro autor do estudo que detalha a tecnologia. A pesquisa foi publicada no site da revista "Science".
O campo magnético da primeira bobina estimula o da segunda que estimula de volta a primeira, e a transmissão de energia é possível graças a esse efeito de ressonância mútua.
O sistema tem uma grande vantagem: não afeta o ser humano. Em vez de irradiar o ambiente com ondas eletromagnéticas --como a luz ou ondas de rádio--, a transferência de energia é feita através desse magnetismo "não-radiante".
De acordo com o jornal "NYT", técnicas similares já vinham sendo utilizados para recarregar escovas de dente elétricas --mas a utilização é limitada, já que os objetos precisam ficar apoiados sobre uma base.
Fonte: Folha de S. Paulo
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